terça-feira, 1 de maio de 2012

Projeto educacional

TECNOLOGIA EDUCACIONAL

2011

São Sebastião do Passé

21/3/2011

ELIANE EDUARDA OLIVEIRA SANTOS

SONIA MARIA RODRIGUES

MARIA JAILDES PINTO PERUNA


Computador na sala de aula é bom,  mas nada substitui um professor bem  preparado e com proposta pedagógica sadia

Computador na sala de aula é bom, mas nada substitui um professor bem preparado e com proposta pedagógica sadia(Roberto Setton)


PROJETO

TECNOLOGIA EDUCACIONAL E DESIGN INSTITUCIONAL

ELABORADO POR:

ELIANE EDUARDA OLIVEIRA SANTOS

Graduada em letras pela UEFS

Especialista em Tecnologias Educacionais-PUC-RIO

MARIA JAILDES PINTO PERUNA

Técnica em computação

SONIA MARIA RODRIGUES

Graduada em letras pela UNIJORGE AMADO

Especialista em Tecnologias Educacionais-PUC-RIO

SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ

2011.

PROJETO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

JUSTIFICATIVA

Trabalhar com a interdisciplinaridade tem sido um dos grandes desafios para os educadores da atualidade. Faltam a muitos deles informações que os capacitem a transitar entre as diferentes disciplinas ministradas e os temas que afetam o indivíduo no mundo

A exclusão digital é mais um dos diversos manifestos da exclusão social, decorrente da desigualdade na distribuição do poder e da renda. Em paralelo, tem-se acompanhado nos últimos anos a migração e digitalização de diversos serviços e processos pelo governo, como a declaração do imposto de renda.

Em 2003, a ONU divulgou a Declaração do Milênio que, entre outros, aponta o desafio de se usar a tecnologia para promover as metas de desenvolvimentos, como a erradicação da pobreza e da fome extrema, o combate a doenças e a garantia da sustentabilidade ambiental.

Já que o acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é um direito básico de todo cidadão, pode-se dizer que, se não possibilita que este tenha ferramentas e desenvolvimento para qualificação necessária, o Estado dificulta este exercício, ferindo a constituição brasileira. A inclusão digital não se resume apenas a dispor da tecnologia, como também ter a capacitação para uso efetivo de todos os recursos tecnológicos.

Uma ação de inclusão digital estimula o uso das TICs, contribuindo para o desenvolvimento social, intelectual, econômico e político da população. O benefício é coletivo e a melhoria da qualidade de vida é sensível de modo imediato no dia-a-dia. Em uma empresa com alfabetização digital, os processos são realizados de maneira ágil, fácil e de alta confiabilidade. São vantagens que se refletem em cadeia para o próprio país.

Pesquisas que trabalham com a Inclusão digital são relevantes tanto à sociedade civil, quanto ao Estado e às organizações que o compõe. Somada essa importância, a inclusão digital pode: melhorar o acesso à infra-estrutura de informática e comunicação, bem como à informação e ao conhecimento; elevar da capacidade de acesso; aumentar a confiança e a segurança no uso da tecnologia; criar, em todos os níveis, um ambiente que incentive a adoção da tecnologia; desenvolver e ampliar as aplicações da tecnologia; incentivar e respeitar a diversidade cultural; reconhecer o papel dos meios de comunicação; atender às dimensões éticas da sociedade da informação; e incentivar as cooperações internacionais e regionais.

As novas tecnologias que se vê surgir todos os dias chegam para alterar o estilo de vida de cada um e, conseqüentemente, o comportamento, seja das pessoas, seja das organizações. Essas novas tecnologias podem ser meios que sustentam o desenvolvimento e a melhor qualidade de vida. Hoje, termos como “casa digital”, “empresa digital”, “saúde digital”, “escola digital” e “governo digital” são comuns. O comportamento das pessoas mudou, o estilo de vida mudou, o modo como realizam as suas ações mudou.

Pode-se de certo modo afirmar que toda essa nova configuração na vida das pessoas é movida por uma necessidade básica do ser humano: a comunicação, que motivou e desencadeou o surgimento de grandes corporações e setores no governo focado na melhoria e desenvolvimento de novas ferramentas. Atualmente, vive-se em uma sociedade da informação, com uma variedade nunca imaginada de soluções digitais, de modo que seu uso tem se tornado cada vez mais inevitável. Para se ter uma noção, basta verificar a quantidade de novas informações que recebemos todos os dias.

A globalização, iniciada nos anos 70, eliminou as fronteiras sócio-culturais, o que possibilita a troca de experiências e conhecimentos com qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo e a qualquer momento. De maneira análoga, o abismo criado entre as classes sociais, decorrente da grande desigualdade na distribuição de renda, tem gerado, há décadas, diferentes modos de vida pelo imenso território nacional.

Reflexo dessa globalização e dessas diferenças, a competitividade no mercado de trabalho passa a ser cada vez mais acirrada, sendo que as tendências mostram que quem não estiver digitalmente alfabetizado será, de modo sumário, eliminado da sociedade.

Em análise GAP, método que mostra o intervalo ou diferença entre dois pontos, verifica-se ainda a existência de muitas regiões isoladas, longe do centros urbanos, onde é claro o retrocesso no desenvolvimento do homem, o que mostra que ações para inclusão, não só digital, como social, devem imediatamente ser aplicadas. No caso específico da inclusão digital, observa-se que é um dos pontos mais discutidos nos últimos anos é a democratização da tecnologia da informação.

Diversos órgãos, como o Banco Mundial e o G-8, grupo dos oito países mais ricos do mundo, em fóruns internacionais trabalham para analisar as questões do analfabetismo digital. Nesse sentido, a ONU incluiu, no Relatório Anual de Desenvolvimento Humano, o IAT - Índice de Avanço Tecnológico, criado para avaliar a produção e disseminação das novas tecnologias, além de seu aproveitamento pela população.

O índice leva em conta a criação e capacidade de inovação em novas tecnologias, habilidade intelectual e difusão das mais recentes conquistas, assim como das tecnologias mais antigas, como telefone e eletricidade. Com a 43ª posição, entre 72 países analisados, o Brasil mostra a influência da desigualdade social na disseminação da tecnologia e informação para seus 180 milhões de habitantes. O número também demonstra a falta de incentivos e investimentos em setores estratégicos como a educação, base para o crescimento sustentável a médio e longo prazo.


MODULOS

TEÓRICO:

TECNOLOGIA E MIDIAS

TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO FORMAL

PROJETOS E TECNOLOGIAS COMO SUPORTE NA EDUCAÇÃO

PRÁTICO:

FORMAS INOVADORAS DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO

DESIGN INSTITUCIONAL

COMPUTADOR NA ESCOLA

MIDIAS SOCIAIS FERRAMENTA DO COMPUTADOR

CONTEÚDO

Este Projeto de Tecnologia Educacional tem como proposta central a formação de uma estrutura de capacitação de educadores que atuem tanto na escola regular, como em projetos educacionais que se pautem pela educação formal. Neste sentido, pensamos numa estrutura formada por três oficinas básicas – Cidadania, Meio Ambiente e Arte e Expressão –, cujos objetivos são apresentados a seguir:

OBJETIVOS A SEREM DESENVOLVIDOS PELOS PROFESSORES AO LONGO DO CURSO.

Os participantes terão a oportunidade de:

*Aplicar as ferramentas da internet no desenvolvimento instrucional;

*Conhecer a história e as características do uso do computador e seus acessos a internet:

*Conhecer as diversas possibilidades de ensino aprendizagem através das tecnologias educacionais;

*Analisar seus projetos e inserir as midias no cotidiano escolar;

*Aplicar as ferramentas disponíveis no computador a serviço da educação;

*Aplicar o modelo Windows de desenvolvimento instrucional;

*Analisar o contexto e desenvolvimento dos seus projetos;

*Conhecer o avanço tecnológico como desenvolvimento no processo educacional;

*Conhecer a influencia de outras culturas sobre nossas manifestações culturais;

*Seqüenciar seu próprio projeto instrucional em diferentes etapas;

*Selecionar estratégias didáticas e motivacionais, midias e tecnologias adequadas a diferentes tipos de aprendizagem, objetivos e publico alvo.

OBJETIVOS

GERAIS:

a) Capacitar professores da escola formal e educadores de projetos comunitários

seguindo princípios da educação não-formal;

b) Habilitar esses profissionais para melhor trabalho com os temas transversais,

propostos nos PCN’s, unindo-os aos temas estudados nas disciplinas regulares;

c) Oferecer técnicas que facilitem o ensino interdisciplinar.

ESPECÍFICOS:

1. LIGADOS À OFICINA DE CIDADANIA:

a)Formar o indivíduo para a aquisição de postura ética, uso das competências pessoais,

b) Desenvolvimento saudável da sexualidade e cuidados com o corpo;

c) Desenvolver o convívio social (relação com colegas, família e professores, respeito às diferenças, superação de preconceitos);

d) Conscientizar sobre direitos e deveres do cidadão;
e) Discutir matérias de inclusão e exclusão social

2. LIGADOS À OFICINA DE MEIO AMBIENTE:

a) Conscientizar sobre a preservação ambiental;

b) Incentivar o reaproveitamento de materiais;

c) Discutir a relação meio ambiente e qualidade de vida.

3. LIGADOS À OFICINA DE ARTE E EXPRESSÃO:

b) Conhecer a influência de outras culturas sobre nossas manifestações culturais.

c)Levar ao desenvolvimento de formas de expressão verbal e não-verbal (literatura,

música, dança, pintura, artesanato etc.);

d)Valorizar a identidade cultural;

e)Valorizar a cultura da comunidade;

TEORIA E PRÁTICA

Design Instrucional é uma metodologia para o planejamento de currículos, programas de qualificação profissional e materiais didáticos em diferentes modalidades, mídias e contextos de aprendizagem, especialmente aqueles realizados por meio da educação formal e institucional.

BREVE ENFOQUE

Ciência, Tecnologia e Sociedade
E o contexto da educação tecnológica

Walter Antonio Bazzo

CAPÍTULO 3

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE E SUAS IMPLICAÇÕES

3.7 APOSTANDO NO PROCESSO EDUCATIVO

O cientista e o usuário desta ciência que a transforma em tecnologia — podemos incluir aqui o professor de engenharia ou o pesquisador engenheiro — começam a sofrer rechaços da opinião pública dado o seu posicionamento equivocado em fingir que seus trabalhos, de alguma forma, são independentes do resto de suas vidas. Este posicionamento tem lhes trazido uma espécie de hostilidade do público geral, em decorrência de suas próprias faltas. Nós, professores, engenheiros, tecnólogos e cientistas, deixaram a cargo de uma imprensa não especializada a conscientização dos resultados positivos e negativos desta ciência que não raro, através de sensacionalismo, trata a questão de forma equivocada.

Esta interferência indubitável começa a atingir a nossa vida familiar e os processos educacionais com uma intensidade nunca antes vista. Nossos filhos, animados pelo uso de todas as grandes realizações e confortos, dos quais nós pais e avós somos os mentores, tornam-se indefesos quais crianças que se vissem de um momento para outro enfrentando a dura realidade de um mundo cada vez mais agressivo em constante mutação para o desconhecido. Sentimos a necessidade inadiável de criar ambiente para que os problemas com os quais eles se defrontarão sejam estudados, refletidos e, quem sabe, resolvidos. Apresenta-se-nos cada vez mais claro que as questões educacionais devem procurar perder o excesso de paternalismo com que 'cuidam' desta juventude. Passa despercebido, em função das inúmeras atribuições que a vida moderna nos incute, que a escola, para cumprir seus ditames formais, força os alunos a exercerem atividades bastantes para ocupar-lhes toda a semana de trabalhos rotineiros, castrando sua capacidade de criar e refletir.

Simplesmente (agora numa reflexão de ordem pedagógica) na qualidade de professores nos julgamos muito mais capazes de observar, corrigir e refletir por eles e medir o aprendizado através mais de exercícios de repetição do que de qualquer outra atividade abstrata que lhes desenvolva o raciocínio. Parece-nos mais fácil e mais seguro, só que, em vista de todas as revoluções e mutabilidades sobre as quais venho alertando até aqui, sob tais condições estaremos pondo em risco a oportunidade para progredir e também a própria possibilidade da construção de conhecimentos, tornando impossível uma mudança nesta característica cultural que se arrasta há tanto tempo.

Se não queremos que esta relação de aprendizado de ciência e tecnologia se perpetue, carregando consigo os medos, os ufanismos e o desconhecimento, não podem alimentar o conformismo, a ponto de não permitirmos que os estudantes estruturem seriamente uma nova idéia e não busquem sempre novas reflexões. Temos que discutir a possibilidade de no início nem sempre compreendermos aquilo que queremos fazer. De não sabermos como devemos fazê-lo. O caminho que conduz ao aprendizado inclui sucessivos erros. A precisão e a ordem vêm depois. Devemos usar a dúvida como uma ferramenta importante e não como uma mazela que deve ser prontamente extirpada do processo construtivo do aprendizado. É comum, entre nós professores, querer poupar os estudantes de reflexões críticas, concedendo-lhes com isso mais tempo para tarefas mais 'relevantes' na formação do engenheiro. Tal postura é imensamente cerceadora da liberdade do pensamento que vai, inclusive, refletir na própria formação mecanicista que tanto está consumindo a criatividade de nossos alunos. Procuramos usar com eles um 'código' de comunicação que facilite a sua tarefa de 'não precisar pensar'. Fourez trata muito bem deste assunto quando separa estes códigos entre restrito e elaborado nesta citação:

“Consideremos como a noção de ‘ciência’ é utilizada no código restrito e no código elaborado. O código restrito é aquele utilizado na maior parte dos cursos de ciências [também o é nos cursos de engenharia]. Supõe-se saber do que se fala, e não se exige reflexão ulterior. Porém, caso se procure fazer uma idéia do que seja ‘em definitivo’ a ciência, isto é, dar uma interpretação que faça ‘sentido’ para nós, a tarefa se faz mais complexa. Todas estas interpretações não são equivalentes. Nesse nível interpretatório, a noção que se tem da ciência será ligada, graças a uma linguagem elaborada, a outros conceitos, tais como a felicidade dos humanos, o progresso, a verdade etc. Essa linguagem elaborada — essa filosofia da ciência — permitirá uma interpretação daquilo que a linguagem restrita diz a respeito da ciência. Além disso, a palavra ‘ciência’ pode por vezes ‘aprisionar’, por exemplo, quando alguns passam a impressão de que, uma vez que se falou de cientificidade, não há nada mais a fazer senão se submeter a ela, sem dizer ou pensar mais nada a respeito. Um filósofo ‘crítico’ ou ‘emancipatório’ da ciência procurará portanto compreender como e por que as ideologias da cientificidade podem mascarar interesses de sociedade diversos” (Fourez, 1995, p. 21).

São estas preocupações que têm le s ligados ao ensino de ciência e tecnologia — eu aqui me incluo com este trabalho — a desempenhar um papel ativo na busca de tornar públicas estas questões que influenciam nossa vida. Porém, muitos continuam com suas posições imutáveis, pensando e falando como antes, incapazes de compreender as circunstâncias — na grande maioria não por desconhecimento, mas sim por vontade própria, para poder usufruir de certos privilégios que esta postura proporciona — radicalmente mudadas, nas quais prosseguem com sua profissão. Por que será que alguns professores e cientistas não se conformam com estas mudanças e não acrescentam a esta realidade outras ferramentas que tanto contribuiriam na sua própria atuação junto aos seus alunos e à sociedade? Será que é a sua posição dogmática do infalível que estará caindo por terra? Querem continuar como 'mágicos' na busca de 'repassar' conhecimentos que fatalmente levarão ao maior conforto humano independentemente de a quem vado alguns cientistas e profissionai estão servindo?

Bernard Dixon já detectava há vinte anos, com muita propriedade, este problema de intocabilidade de certos profissionais nas suas atuações e que se mantém, em muitos casos, até hoje:

“De repente os cientistas estão sendo analisados. Enquanto os artistas profissionais — poetas, pintores e compositores — prosseguem seu trabalho numa posição social segura — se bem que mal paga; enquanto encanadores continuam a consertar encanamentos; enquanto médicos continuam a curar doenças, os cientistas enfrentam dúvidas crescentes quanto a seu papel na sociedade. Não sabemos ao certo se gostamos da nossa civilização tecnocrata, e duvidamos se queremos mais e melhores engenhocas e teorias mais brilhantes que nos levem adiante na mesma estrada. O que quer que possa acontecer no futuro, continuaremos a precisar da ciência e dos cientistas, nem que seja só para resolvermos os problemas que eles criaram. Mas, no momento, os cientistas passam por uma menopausa coletiva, acometidos de ansiedade sobre como sair dela. Alguns sairão ilesos, e até rejuvenescidos do processo. Outros não” (Dixon, 1976, p. 8).

Esta citação mostra que o problema não é novo. Para nós talvez seja, pois nossas escolas que trabalham na formação dos futuros profissionais que atuarão neste campo nem sequer produzem discussões que possam trazer à tona semelhantes preocupações. Estamos no final dos anos 90. E este problema não está só ligado a nós professores que lidamos com tecnologia. O 'outro lado' — os humanistas, os filósofos da ciência, os sociólogos... —, que nas críticas dos tecnologistas só fica a procurar as mazelas da ciência e da tecnologia, também não atacou a fundo semelhantes questões. Enquanto bisbilhotavam alegremente os outros aspectos da sociedade — ainda que importantes — relutavam em examinar os efeitos e as conseqüências da ciência e da tecnologia na mutação social do ser humano. Dixon volta à carga quando comenta este aspecto, agora ligado aos sociólogos e quem sabe aos filósofos e historiadores:

“Algumas das razões — para não se preocuparem com a ciência — são muito claras — sua complexidade intimidadora e seu jargão, o sabor irreal e sufocadamente intelectual da disciplina acadêmica conhecida como ‘filosofia da ciência’, e a exclusão patológica do conteúdo real dos assuntos científicos de publicações e periódicos especializados. Mas, a negligência dos sociólogos a esse respeito continua sendo uma omissão surpreendente e lastimável” (Dixon, 1976, p. 8).

Parece ser, agora, uma preocupação mais sólida a discussão sobre estes aspectos. Aqui encontramos vários autores — que estarão seguidamente citados ao longo deste ensaio — que nos dão subsídios para análises bem sedimentadas sobre a inclusão destes assuntos dentro das academias que lidam com o ensino tecnológico. Morin, Sanmartín, Schatzman, Postman, Holton, Fourez, Prigogine, Pacey, Winner, Luján e outros possibilitam este tipo de estudo. O tempo em que vivemos aparentemente nos propicia um ambiente favorável para atacarmos estes problemas e preocupações. Precisamos aproveitar esta possibilidade, agora que a unanimidade sobre os resultados da ciência e da tecnologia como apenas bons resultados para os seres humanos findou.

A existência desta nova concepção e desta atuação crescente em direção aos problemas gerados pelo ressentimento compreensível de que foi permitida à comunidade científica uma autonomia de vôo exacerbada, em que os cidadãos tiveram pouca ou nenhuma influência, está proporcionando discussões mais abertas, mais críticas e mais conscientes. Elas devem frear esta conduta internalista e, por outro lado, analisar com mais propriedade as suas conseqüências externas. Este procedimento poderá realmente contribuir para um desenvolvimento científico-tecnológico imbricado ao desenvolvimento de toda a sociedade. Como um importante começo nesta mudança de cultura, ainda fortemente presente em nossa civilização, precisamos, de certa maneira, no ensino tecnológico, além da adoção de uma nova abordagem epistemológica, levar em consideração outros aspectos fundamentais. Para isso a educação nas escolas de engenharia não pode pensar apenas em ‘equipar’ os estudantes com conhecimentos e habilidades para que eles 'consigam' empregos na sua vida de adulto. Ela precisa muito mais: precisa tornar os jovens criativos e críticos em relação às realizações da ciência e da tecnologia que, em inúmeras situações, eles próprios ajudaram a criar; precisa ajudá-los a pensar com respeito às aspirações de seus colegas e de todos os cidadãos; precisa torná-los cuidadosos com a sua saúde — hoje fortemente dependente de muitos resultados tecnológicos — e, acima de tudo, precisa levá-los a pensar, num processo coletivo, nos resultados e conseqüências dos artefatos científico-tecnológicos. A educação deve, sobretudo, apontar na direção do pensamento crítico da riqueza dos valores culturais e das dimensões morais e espirituais da vida. Ela precisa ser levada a todos os jovens, com estes pressupostos, independente de sua bagagem de conhecimento, sexo, credo, raça ou cor.

Ao longo das atividades do curso TPDI - Teoria e Prática e Design Instrucional os participantes têm a oportunidade de criar soluções para seus próprios projetos incrementando essas midias educacionais no cotidiano escolar estabelecidas para o ensino/aprendizagem.

PÚBLICO ALVO:

TÉCNICOS, SECRETÁRIOS, AUX. DE SECRETÁRIA E PROFESSORES

BENEFÍCIOS

A aplicação do Design Instrucional permite planejar, desenvolver e implementar projetos educacionais bem alinhados em seus objetivos, estratégias didáticas e tecnologias utilizadas. Isso gera maior eficácia no atendimento a necessidades de aprendizagem em menos tempo e com mais satisfação para os aprendizes.

O curso interessa principalmente aos profissionais de Recursos Humanos, Educação, EAD e Tecnologia Educacional que estão envolvidos com o desenvolvimento de projetos em contextos escolares, ou ainda como docentes.

O tema “Cultura e identidade”, pela sua abrangência, permite contemplar uma série de conteúdos relativos à educação de crianças e adolescentes, principalmente aqueles ligados aos temas transversais (Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual e Pluralidade Cultural), que a escola regular ainda tem dificuldade de interligar às disciplinas tradicionais (Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e Ciências).

Desse modo, nossa proposta justifica-se pela necessidade que educadores têm de constante atualização dos conhecimentos, além de manter uma reflexão continuada sobre como esses mesmos conhecimentos podem permitir ao educando a atuação em diferentes situações de convívio social.

Conforme consta dos P C N ’s (Parâmetros Curriculares Nacionais):

[...] não são os avanços do conhecimento científicos por si mesmos que produzem as mudanças no ensino. As transformações educacionais realmente significativas – que acontecem raramente – têm suas fontes, em primeiro lugar, na mudança das finalidades da educação, isto é, acontecem quando a escola precisa responder a novas exigências da sociedade. E, em segundo lugar, na transformação do perfil social e cultural do alunado: a significativa ampliação da presença, na escola, dos filhos do analfabetismo – que hoje têm a garantia de acesso, mas não de sucesso – deflagrou uma forte demanda por um ensino mais eficaz (2000 p. 22-23).

Considerando as afirmações acima sobre ensino-aprendizagem e a partir dos (ou dos),pressupostos que guiam a educação forma não-formal, propomos esta tecnologia educacional, que tem em perspectiva a capacitação continuada de educadores no sentido de, por um lado, melhorar o desempenho escolar de crianças e adolescentes e, por outro, formar neles a consciência da cidadania.

METODOLOGIA:

Há dois pontos fundamentais a respeito de nossa metodologia de trabalho. Em primeiro lugar, os conteúdos serão trabalhados de forma a dar ênfase à interdisciplinaridade, pois é importante que a criança ou o adolescente percebam a interligação entre temas e disciplinas diferentes. Em segundo lugar, seguindo os preceitos da educação formal e trabalhando principalmente com os temas transversais, procuraremos reforçar, nas ações propostas, os conteúdos relativos às disciplinas tradicionais, pois, como pontuado nos objetivos, nosso trabalho principalmente visa à melhoria do aproveitamento escolar dos educandos.

Após esses esclarecimentos, passamos a detalhar o método de transferência de modelo de tecnologia educacional.

A – CAPACITAÇÕES:

Nosso trabalho estará voltado para a capacitação de educadores, sejam eles atuantes em escolas de Ensino Fundamental e Médio, ou vinculado a projetos educacionais dentro das comunidades. Estes podem ser professores já formados na área de Pedagogia ou das Licenciaturas, ou pessoas que apenas receberam treinamento específico para atuarem como educadores em projetos da comunidade.

Os horários das capacitações bem como sua freqüência serão definidos a partir de reuniões com os educadores e a SEC, no sentido de conhecermos a disponibilidade do grupo, chegando assim a períodos consistentes de orientação.

Nessas capacitações, dar-se-á a transferência de tecnologia educacional, por meio da qual os educadores entrarão em contato com estratégias e conteúdos que, ao envolver crianças e adolescentes, produzam um fazer que leve ao conhecer.

Desse modo, realizaremos as seguintes atividades:

a)Transmitiremos ao educador os conhecimentos que lhe faltam para o desenvolvimento das atividades;

b)Ofereceremos os recursos pedagógicos que o levem a motivar seus educandos, de modo que estes, ao realizarem as atividades, estejam aprendendo, além de fazer, a ser, a conviver e a conhecer;

c)Apresentaremos materiais de pesquisa para o melhor desempenho do seu trabalho: livros, filmes, sites na internet, peças de teatro, exposições etc.;

MIDIAS EM SALA (DESENVOLVENDO PROJETO)

TEMA: Cuidados com a gripe H1N1

PÚBLICO

4ª série do Ensino Fundamental

MÍDIAS UTILIZADAS

- Computador;

- Internet;

- Rádio;

- TV;

- Aparelho de DVD;

- Gravador.

OBJETIVOS

- Identificar os cuidados que devem ser tomados na prevenção contra a gripe H1N1;

- Identificar os principais sintomas da gripe H1N1;

- Divulgar na escola e comunidade escolar os resultados da pesquisa;

- Utilizar diferentes mídias para a realização da pesquisa, de modo a orientar o uso adequado das mesmas.

JUSTIFICATIVA

O tema abordado é de interesse geral e de utilidade pública na orientação para prevenção, cuidados e interação dos alunos com os acontecimentos importantes que acontecem em nossa região e no mundo atualmente.

A mídia, principal veículo de transmissão de informações, se torna neste caso um importante coadjuvante na pesquisa e desenvolvimento do tema abordado.

METODOLOGIA

Os alunos serão os principais atores desta pesquisa, à medida que buscarão informações através de pesquisas na internet, rádio e TV na coleta de informações sobre transmissão e cuidados em relação à gripe H1N1.

Primeira Etapa

Os alunos pesquisarão na sala de informática o maior número de informações sobre o tema. Em seguida, em sala de aula, será realizado um levantamento e listagem sobre as informações coletadas, de modo a correlacioná-las.

Segunda Etapa

Será passado vídeo da Secretaria da Saúde sobre os cuidados e prevenção contra a gripe H1N1. Em seguida, será realizado um debate sobre quais cuidados vem sendo tomados na escola, na casa e na comunidade em relação à prevenção da gripe H1N1.

Terceira Etapa

Os alunos ouvirão o jornal local em sua primeira meia hora, o qual traz informações gerais sobre a cidade e coletarão informações sobre as últimas notícias sobre o tema.

Quarta Etapa

Os alunos irão organizar as informações coletadas em forma de frases que chamem a atenção sobre os cuidados que devem ser tomados em relação à prevenção da gripe H1N1.

Em seguida, gravarão as mesmas em fita cassete e essas informações serão divulgadas nos alto falantes da escola durante o horário de entrada e intervalo.

Resultados Esperados

- Aprender a utilizar as mídias em favor de objetivos próprios;

- Formar alunos pesquisadores e autônomos, coadjuvantes e responsáveis por seu desenvolvimento;

- Conscientização e envolvimento dos alunos com a s notícias de interesse local e mundial.

Cronograma De Atividades

AULA

ASSUNTO

DURAÇÃO

PRIMEIRA

- Pesquisa na Internet

- Organização das informações coletadas

- 50 minutos

- 50 minutos

SEGUNDA

- Assistir ao vídeo

- Debate

- 15 minutos

- 30 minutos

TERCEIRA

- Ouvir programa de rádio local

- 30 minutos

QUARTA

- Elaboração das frases

- Gravação das frases em fita cassete

- 50 minutos

- 30 minutos

Critérios De Avaliação

- Envolvimento e interesse dos alunos nas diversas fases do processo de aprendizagem;

- Participação nas diversas fases do projeto;

- devolutivas durante o debate e elaboração das frases.

Socialização

- Divulgação da pesquisa na escola e para a comunidade escolar em eventos e reuniões.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os significativos avanços tecnológicos de informação e comunicação, a escola de nosso tempo compete o árduo trabalho de incorporar em suas práticas e teorias uma nova forma de aprendizagem, um processo voltado para a potencialização de competências para o uso de múltiplas linguagens que convergem, além disso, a destreza de auto-gerenciar em situações de auto comunicação que constroem as novas redes telemáticas multimídias.

Sobre essa necessidade, existem numerosos argumentos, altamente convincentes, que evidenciam a necessidade de alfabetizar professores para a linguagem audiovisual. Nas ultimas décadas inúmeros públicos confirmam, de uma maneira rigorosa, a importância que as mensagens audiovisuais estão adquirindo na configuração de cultura e de modelos de comportamento da sociedade atual. De fato, as imagens formam parte da escola e do mundo cotidiano que desde muito cedo invadem o imaginário do alunado. Desta forma, é preciso que não se deva ignorar a urgência da alfabetização tecnológica audiovisual oferecida pela sociedade como forma de conhecimento.

Em ultima analise, faz-se importante consolidar que a dinamização de práticas que viabilizem a alfabetização tecnológica audiovisual na escola, além de um desafio, é também uma utopia. Pois se de um lado, a sociedade da comunicação ora instaurada no mundo globalizado, exige um cidadão competente na articulação de informações, de outro, o próprio modelo de acumulação de nossa sociedade perpetua antigas formas de exclusão social: Cidadãos globalizados x Cidadãos aviltados.

Assim diante da crescente força das midias de massa e sua importância cultural, social, econômica e tecnológica em nossa sociedade a escola precisa abrir espaço para essa outra alfabetização (tecnológica/ audiovisual).


BIBLIOGRAFIA

BECCEGGA, M, A. Educação e tecnologia: diminuindo as distâncias. In

KUPSTAS, M. (ORG.). COMUNICAÇÃO EM DEBATE. SÃO PAULO, MODERNA, 1997.

DIAZ BORDENAVE. J. E. Além dos meios e mensagens: INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO TECNOLOGIA, SISTEMA E CIENCIA. 4. ed. Vozes: Petrópolis, Vozes 1987.

LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, Adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2000.

MORAN, J. M. Leitura dos meios de comunicação. São Paulo: Pancast, 1993.

PONTES, A. P. Alfabetização digital de educadores: uma chave para inclusão para o cidadão no mundo digital. In: Seminário de acessibilidade, novas tecnologias e inclusão social 1. , 2001, São Paulo. Caderno de resumos. São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas- USP, 2001.

SAMPAIO, M.N.; LEITE, L.S Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis, Vozes, 1999.

SILVA, M. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000.

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